terça-feira, 20 de setembro de 2011


Quem manda na floresta
 
Assim que o leão encontrou o macaco lhe perguntou:
- Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?
O macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta:

- Claro que é você, leão, claro que é você!
Satisfeito, o leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio:
- Currupaco, papagaio. Quem é, segundo o seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o leão?
E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio:

- Currupaco...não é o leão? Não é o leão? Currupaco, não é o leão?
Cheio de si, o leão prosseguiu em busca de novas e novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou
- Coruja, não sou eu o maioral da mata?

- Sim, és tu, disse a coruja - Mas disse de sábia, não de crente.
E lá se foi o leão, mais firme no passo, mais alto na cabeça. Encontrou o tigre.

- Tigre - disse em voz de estentor - eu sou o rei da floresta. Certo?
O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu a firmeza do olhar do leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito:
- Sim. E rugiu ainda mais mal-humorado e já arrependido quando o leão se afastou.

- Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o leão encontrou o elefante e perguntou:
- Elefante, quem manda na floresta, quem é o Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?

O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro.
O leão, caído no chão, tonto e ensangüentado, levantou-se lambendo as patas, e murmurou:
- Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar zangado.

Moral da Historia !:
Cada um tira dos acontecimentos a conclusão que bem entende.

A mulher chorona
 
Havia em uma aldeia uma senhora chamada de "mulher chorona" pois todos os dias, chovendo ou fazendo sol, ela sempre estava chorando.
Ela vendia bolinhos na rua, e um monge sempre passava por ela quando ia ao templo para os ritos.

Um dia, curioso, ele lhe perguntou:
- Sempre que passo, seja em belos dias ensolarados, seja em suaves dias chuvosos, vejo a senhora chorando. Por que isso acontece?

- Tenho dois filhos,- ela respondeu - Um faz delicadas sandálias, o  outro guarda-chuvas. Quando faz sol, penso que ninguém comprará os guarda-chuvas de meu filho, e ele e sua família vão passar necessidades. Quando chove, penso no meu filho que faz sandálias, e que ninguém vai comprá-las. Então ele também vai ter dificuldade para sustentar sua família.

O monge sorriu e disse:
- Mas... a senhora deveria ver as coisas da forma correta. Veja:
quando o sol brilha, seu filho que faz sandálias venderá muito, e isso é muito bom! Quando chove, seu filho que faz guarda-chuvas venderá muito, e isso é também muito bom! A velha olhou-o com alegria e exclamou:

- Tem razão!

Desde então a velha passou todos os dias, chovendo ou fazendo sol, sorrindo feliz.

Amor e Sonhos
 
Conta a lenda que uma jovem mariposa de corpo frágil e alma sensível voava ao sabor do vento certa tarde, quando viu uma estrela muito brilhante e se apaixonou. Voltou imediatamente para casa, louca para contar à mãe que havia descoberto o que era o amor, mas a mãe lhe disse friamente:
- Que bobagem! as estrelas não foram feitas para que as mariposas possam voar em torno delas. Procure um poste ou um abajur e se apaixone por algo assim; para isso nós fomos criadas.

Decepcionada, a mariposa resolveu simplesmente ignorar o comentário da mãe e permitiu-se ficar de novo alegre com a sua descoberta e pensava:
- Que maravilha poder sonhar!
Na noite seguinte, a estrela continuava no mesmo lugar, e ela decidiu que iria subir até o céu, voar em torno daquela luz radiante e demonstrar seu amor. Foi muito difícil ir além da altura com a qual estava acostumada, mas conseguiu subir alguns metros acima do seu vôo normal.

Entendeu que, se cada dia progredisse um pouquinho, iria terminar chegando à estrela, então armou-se de paciência e começou a tentar vencer a distância que a separava de seu amor.
Esperava com ansiedade que a noite descesse e, quando via os primeiros raios da estrela, batia ansiosamente suas asas em direção ao firmamento.
Sua mãe ficava cada vez mais furiosa e dizia:
- Estou muito decepcionada com a minha filha! todas as suas irmãs e primas já têm lindas queimaduras nas asas, provocadas por lâmpada! você devia deixar de lado esses sonhos inúteis e arranjar um amor que possa atingir.
A jovem mariposa, irritada porque ninguém respeitava o que sentia, resolveu sair de casa. Mas, no fundo como, aliás, sempre acontece ficou marcada pelas palavras da mãe e achou que ela tinha razão.

Por algum tempo, tentou esquecer a estrela, mas seu coração não conseguia esquecer a estrela e, depois de ver que a vida sem o seu verdadeiro amor não tinha sentido, resolveu retomar sua caminhada em direção ao céu.
Noite após noite, tentava voar o mais alto possível, mas, quando a manhã chegava, estava com o corpo gelado e a alma mergulhada na tristeza. Entretanto, à medida que ia ficando mais velha, passou a prestar atenção a tudo que via à sua volta.
Lá do alto podia enxergar as cidades cheias de luzes, onde provavelmente suas primas e irmãs já tinham encontrado um amor, mas, ao ver as montanhas, os oceanos e as nuvens que mudavam de forma a cada minuto, a mariposa começou a amar cada vez mais sua estrela, porque era ela quem a empurrava para ver um mundo tão rico e tão lindo.

Muito tempo depois resolveu voltar à sua casa e aí soube pelos vizinhos que sua mãe, suas irmãs e primas tinham morrido queimadas nas lâmpadas e nas chamas das velas, destruídas pelo amor que julgavam fácil.
A mariposa, embora jamais tenha conseguido chegar à sua estrela, viveu muitos anos ainda, descobrindo que, às vezes, os amores difíceis e impossíveis trazem muito mais alegrias e benefícios que aqueles amores fáceis e que estão ao alcance de nossas mãos.

Com esta lenda aprendemos duas coisas: valorizar o amor e lutar pelos nossos sonhos, porque sabemos que é a realização deles que nos faz feliz e lembremos "o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos".

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