segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Fábula da convivência
Durante uma glaciação, muito remota, quando parte do globo terrestre se achava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro e, todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhe forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
Afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos do seus semelhantes. Doíam muito... Mas, essa não foi a melhor solução, afastados, separados, logo começaram a morre congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco, com jeitos, com precaução, de tal forma que unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem mágoa, sem causar danos recíprocos.
Assim suportaram-se resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.
É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor! É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!

Quero
Quero sair da minha pele. Quero deixar, nem que for por um instante este veículo físico e temporal, tão pesado... Quero arrancar este vestido engomado, inadequado, apertado, limitado a cinco míseros sentidos.

Quero, nem que for por um instante, acreditar-me livre imortal, atemporal e sair voando por aí, deixando para trás este veículo dolorido... Ganhar o espaço sideral, ou quem sabe, o próprio mundo causal tão decantado por Yuktéswar e Platão...

Quero me sentir do Todo, uma ínfima porcentagem ou fração. Respirar aragem nova, ver-me livre dos meus terrenos sentimentos que tão pouco me falam de alegrias, mas bem sabem destilar os meus tormentos...

Quero, nem que for por um momento, ver-me livre da minha mente, que mente para mim o tempo todo, em forma-pensamentos tipo círculo-vicioso, incapazes de síntese ou de se abrirem para uma volta mais ampla da espiral, retornando inexoravelmente ao mesmo conhecido lugar onde reencontro a cada segundo, todas as minhas mazelas e todas as mazelas do mundo.

Hoje estou com sede de vida eterna... de água de inesgotável, fonte que deveras me dessedente e que me arremesse a um novo e inusitado horizonte onde não conste vestido engomado, sentimento truncado, pensamento embotado, viver limitado, virtude ou Pecado!!! Quero.


A seres especiais
Tem sempre presente, que a pele se enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda!

Tua força interior e tuas convicções não têm idade. Teu espírito é o espanador de qualquer teia de aranha.

Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada trunfo, há outro desafio.

Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo. Se sentes saudades do que fazias, torna a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amareladas. Continua, apesar de todos esperarem que abandones. Não deixes que se enferruje o ferro que há em você. Faz com que em lugar de pena, te respeitem.

Quando pelos anos não consigas correr, trota. Quando não possas trotar, caminha. Quando não possas caminhar, usa bengala. Mas nunca te detenhas!!!

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