terça-feira, 20 de setembro de 2011


Você esta com pressa?
 
Eu estava com pressa.
Eu entrei apressada em nossa sala de jantar usando minha melhor roupa, preocupada em estar pronta para a reunião daquela noite.
Gillian, minha filha de quatro anos, estava ouvindo e dançando uma de suas músicas favoritas.
Eu estava com muita pressa, perto de estar atrasada.
Contudo uma pequena voz dentro de mim disse, "Pare".

Então eu parei. Eu a olhei. Agarrei sua mão e comecei a dançar.
Minha filha de sete anos, Caitlin, veio ao nosso encontro, e eu a agarrei também. Nós três entramos numa de dançar por toda a sala.  Estávamos rindo. Estávamos dançando. Os vizinhos poderiam ver os lunáticos através das janelas? Não importa.
A canção terminou e nossa dança terminou com ela.
Eu dei um tapinha em seus fundilhos e mandei-as para o banho.

Subiram as escadas, suas gargalhadas ecoando pelas paredes.
Eu voltei aos negócios. Eu estava inclinada, removendo alguns papéis de minha pasta, quando eu ouvi a mais nova dizer para sua irmã,
- Caitlin, nossa mãe não é a melhor do mundo?

Eu me congelei. Como tão perto eu estive, por causa das pressas da vida, de perder esse momento. Meu pensamento foi aos prêmios e diplomas que cobrem as paredes de meu escritório.
Nenhum prêmio, nenhuma realização poderia superar esta:
Nossa mãe não é a melhor do mundo?
Minha criança disse isto aos quatro anos de idade.
Nossa mãe não é a melhor do mundo?

Isto não cabe em meu currículo. Mas eu o quero em minha lápide.

Sete cores
 
Ontem, meu pensamento era um veleiro que oscilava de um lado para outro com as ondas, e se movia ao sabor dos ventos de uma praia a outra. E o veleiro de meu pensamento estava vazio de tudo. Só possuía sete vasos, cheios com tinta de sete cores diferentes, tal um arco-íris.

Um dia, enfadei-me de viajar pelos mares e decidi voltar com o veleiro vazio do meu pensamento para a terra onde nascera.
E comecei a pintar meu veleiro com cores amarelas como o pôr do sol, e verdes como o coração da primavera, e azuis como o teto do céu, e vermelhas como o horizonte em chama; e desenhei sobre as velas e o timão formas estranhas que atraem a vista e encantam a imaginação.

Entrei então no porto da minha terra, e o povo todo saiu ao meu encontro com aleluias e regozijos, e conduziram-me à cidade ao som dos tambores e das trombetas.
Fizeram tudo isso porque o exterior do meu veleiro era colorido e atraente, mas ninguém entrou no interior do veleiro do meu pensamento.
E ninguém perguntou o que havia trazido do além-mar no meu veleiro.

Então disse comigo mesmo:
"Enganei a todos, e com sete vasos de cores, iludi seus olhos e sua imaginação."
Um ano depois, embarquei novamente no meu veleiro. Visitei as ilhas do Oriente e lá recolhi a poeira do ouro, o marfim, o zircônio e as esmeraldas, e todas as demais pedras preciosas. E fui às ilhas do Norte e delas trouxe as sedas e os escudos mais aperfeiçoados, e todas as variedades de armas. Enchi o navio de meu pensamento de todas as coisas valiosas da terra e de todas as curiosidades.

E voltei ao porto da minha terra, pensando:
"Agora, meu povo me glorificará com razão e me receberá com regozijo merecido."
Mas, quando atingi o porto, ninguém saiu ao meu encontro, e percorri as ruas da cidade, sem que ninguém me desse a menor atenção.
E falei nas praças públicas, enumerando os tesouros que havia trazido.
Mas o povo olhava-me com desprezo ou zombava de mim e passava.
Voltei ao porto, triste e perplexo. E quando vislumbrei meu navio, dei-me conta de uma coisa de que não me apercebera nas ocupações de minha viagem.

 Gritei, dizendo:
"As ondas do mar apagaram a pintura das paredes do meu navio.
E os desenhos das velas murcharam sob o efeito do calor do sol e dos ventos e da espuma do mar. Reuni os tesouros do mundo num caixão flutuante e voltei a meu povo; e ele me renegou, pois seus olhos só vêem as aparências"

A  bondade de Deus
Após um mês de intensa procura, nossos quatro filhos finalmente encontraram um cão que combinasse perfeitamente com os critérios estabelecidos pelo pai como uma condição para permitir que tivessem um cão.
Em poucos dias, Biff era o membro adorado de nossa família. Nossos quatro filhos, com idades de 11,8, 5 e 2 anos gastavam incontáveis horas brincando com ele e ensinando alguns truques.
Quando íamos à um piquenique ou uma caminhada pelo campo, Biff era o primeiro a entrar na camionete e quando chegávamos ao rio, era o primeiro a  pular na água.
Por muitas vezes, eu tenho certeza de ter visto um sorriso em nosso cão. À noite Biff dormia no assoalho entre as camas dos meninos.

Biff estava conosco há dois meses quando uma família com onze crianças veio morar com a gente enquanto esperavam uma reforma em sua própria casa. Um dia uma dessas crianças deu um terrível chute em Biff e Biff disparou através da porta que outra das crianças tinha deixado aberta.

Biff saiu como um flash e mesmo que nós procurássemos por perto e o chamássemos por horas, nenhum de nós o encontrou. Espalhamos cartazes, procuramos nos canis públicos e perguntamos à nossos vizinhos se tinham visto nosso cão. Nenhum sinal!
Continuamos a procurar por Biff em cada um dos dez dias seguintes. Nossos filhos rezavam para que Biff estivesse seguro. Meus marido e eu suspeitávamos que Biff pudesse ter sido recolhido por alguém que não queria devolver ou que tivesse tentado voltar para sua antiga casa. Estávamos todos muito tristes, mas a ausência de Biff parecia ser mais dura em nosso filho mais velho que tinha onze anos.
Na décima noite, eu fui até a cozinha depois que todos tinham ido dormir. E eu ouvi a oração de nosso filho mais velho.
- Senhor, este cão é muito especial e traz muita alegria para nossa família. Eu estou lhe pedindo do fundo de meu coração, faça Biff estar em nossa jardim quando eu acordar amanhã. Se estiver lá, eu saberei com certeza que Você ouviu minha oração.

Meu coração doía quando fui dormir naquela noite. Eu tinha receio por meu filho. Eu tinha medo que Deus não respondesse a sua oração e que sua fé e confiança na bondade de Deus desaparecesse tão rapidamente quanto o adorado cão.
Na manhã seguinte eu dei um beijo de despedida em meu marido e quando lhe abri a porta eu vi Biff no jardim.
Corri até o quarto de meus filhos e pedi que olhassem pela janela. Lágrimas encheram meus olhos enquanto eu observava à fé de meu filho em um Deus confiável e bom ser confirmada.

Biff passou mais dez anos nos divertindo e ajudando meus meninos a crescer até que morreu de tão velho. Durante todos aqueles anos, cada vez que eu via Biff brincando, pulando ou caminhando com os meninos, eu me lembrava de como Deus é bom!

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