domingo, 25 de setembro de 2011


O tempo de Deus
Um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e de molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele comportamento, lhe perguntou qual a razão daquele hábito. O nadador sorriu respondeu:

"Há alguns anos eu era professor de natação. Eu os ensinava a nadar e a saltar do trampolim. Certa noite, eu não conseguia dormir, e fui até a piscina para nadar um pouco. Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube. Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente.
Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem. Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido na cruz para nos salvar pelo seu precioso sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram à mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus.

Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos. Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina. Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido.

Tremi todo, e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado, seria meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar.
Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou até piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água... "Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar ou retardar as coisas pois tudo acontecerá no seu devido tempo e esse tempo é o tempo Dele e não o nosso..."

"Seu Caminho só você pode fazer..., mas podemos ajudá-lo a encontrar a Luz "

Os Jardins
É comum se associar a lembrança de uma pessoa a algo que a caracterize. Digamos, seja seu toque pessoal. Dia desses, ao passarmos por um jardim cheio de cores vivas, fomos surpreendidos por uma frase partida dos lábios de uma senhora: Um jardim tão bem cuidado me recorda minha avó. A amiga que a acompanhava logo indagou do porquê.

A continuidade do diálogo, cujas frases nos chegavam com clareza, trazidas pela brisa mansa nos surpreendeu. Minha avó, dizia, passou sua vida a plantar flores. Recordo-me da infância e do bangalô de minha avó. Quase não havia terra para plantar. A construção era nova e o local mais parecia um campo de batalha que as minas tivessem revolvido e deixado em total desalinho.

Pois minha avó não desanimou. Com pedras desenhou retângulos no solo, afofou a terra, preparou-a e plantou suas amadas roseiras. Jardins eram a sua marca registrada.

A senhora alongou o olhar na distância, como a revolver a saudade na terra do coração e prosseguiu: Era uma pessoa excepcional minha avó. Já mais idosa, os filhos optaram por colocá-la em um apartamento. Mais segurança, diziam, menos trabalho. Afinal, eles temiam o peso dos anos naqueles ombros já não tão fortes.

Quando vi o apartamento, entristeci. Tinha uma varanda sim, mas nem sombra de terra, onde ela pudesse utilizar da sua mágica pessoal para transformar em um pedacinho de céu perfumado. Pensei que ela iria murchar. Imaginei-a a fenecer, como flores ao sopro do inverno rigoroso ou sob o sol escaldante do verão. Qual não foi minha surpresa ao visitá-la, alguns meses depois.

Levei-lhe um ramalhete de rosas multicoloridas, contando alegrar-lhe o lar. Ela abraçou as rosas, agradeceu e seu rosto se iluminou como em êxtase. São lindas, querida. E perfumadas. Depositou-as com cuidado sobre uma mesa, tomou-me pela mão e levou-me até à varanda.

Naquele minúsculo espaço, a terra gentil permitia brotar rosas de delicado perfume e graça. As mãos mágicas de minha avó haviam transformado um retângulo de cimento frio em uma nesga de paraíso florido. Suas mãos acariciaram as flores qual se o fizessem a um filho querido. Depois, ela me reconduziu à sala, e mostrou um troféu. As flores de sua varanda haviam sido eleitas as segundas mais belas de toda a cidade.

Transformar a terra inculta em um oásis de beleza ou deixá-la entregue às ervas daninhas e espinheiros é opção pessoal. Assim nos jardins das nossas vidas. Podemos ser indiferentes e ociosos, relegando tudo ao descaso, nada realizando de bom, de belo, de útil. Ou podemos optar por semear flores de alegria, rosas de ventura. Quiçá apenas umas tímidas violetas de discreto perfume.

Contudo, não sejamos dos que erguem espinheiros. Tornemo-nos jardineiros cuidadosos a fim de que, pelas veredas por onde transitarmos, deixemos o perfume e a beleza das nossas ações. Semeando estrelas, seremos convidados a espancar trevas. Semeando esperanças, haveremos de nos tornar luzeiros para corações entristecidos.

Onde quer que estejamos, sempre poderemos semear as luzes do amor e da esperança.

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