segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Mundo real
Estamos vivendo um período em que procuramos suprir nossas carências no mundo virtual. Damos incondicionalmente do nosso tempo e oferecemos muito de nós. Nos abrimos, enviamos flores virtuais, abraços virtuais, palavras de consolo, infinitos bons dias e boas noites. Trazemos sonhos e oferecemos nossa amizade sem nos questionar.
Sabemos pouco uns dos outros, mas isso não tem importância. Quando a porta do mundo virtual se abre, entramos e não nos preocupamos em saber se existe uma porta de saída.

Enquanto isso, ao nosso lado, na nossa vizinhança, na nossa cidade e, mesmo, dentro da família, as pessoas vão sendo deixadas.
Nos esquecemos do bom dia diário, do sorriso luminoso que pode iluminar o dia de alguém, de um olhar sincero do "pode contar comigo" que escrevemos tantas vezes a quem não conhecemos.

Mas quando Deus permitiu que a internet fosse criada, foi para que mais portas se abrissem e não que outras fossem fechadas.
Penso que Ele queria que nos abríssemos para o mundo, mas que jamais desejou que nos fechássemos em nossa casa.

Então, por que não trocar de vez em quando algum tempo diante do PC por uma boa xícara de café com alguém que conhecemos? No lugar de um e-mail de bom dia que vai ficar guardado numa caixinha virtual, um caloroso bom dia por telefone que vai ficar guardado no coração. Uma boa gargalhada a dois, três ou mais pode ser ainda mais saudável que uma solitária diante de uma tela.

Experimente de vez em quando voltar ao mundo real. Ser uma bênção
virtual é enriquecedor e nos traz grandes satisfações. Mas se, além disso, podemos ser uma bênção real e uma real bênção, nossa missão de ser anjos na terra vai estar sendo maravilhosamente cumprida.

Minha raiva já secou....
Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.

No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.

Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.

Júlia, então, pediu para a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio.

Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.

Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada.

Chorando e muito nervosa, Mariana desabafou:
- Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragoutudo e ainda deixou jogado no chão!

Totalmente descontrolada, Mariana queria, porque queria, ir ao apartamento de Júlia pedir explicações.

Mas a mãe, com muito carinho ponderou:
- Filhinha, lembra daquele dia quando você saiu com seu vestido novo,
todo branquinho, e um carro, passando, jogou lama em sua roupa?

Ao chegar em casa você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era para deixaro barro secar primeiro. Depois ficava mais fácil limpar.
Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro.

Depois fica bem mais fácil resolver tudo.

Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.

Logo depois alguém tocou a campainha.

Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão.

Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
- Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro brinquedo igualzinho para você.
Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.

- Não tem problema, disse Mariana, minha raiva já secou.

E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.


Nunca tome qualquer atitude com raiva. A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil.

Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!

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