segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Paz de Espírito
Mamãe, minha Linda Sertaneja: Quero conversar com você, quero cantar meu agradecimento, em voz alta. Meu canto nada tem de heróico, é apenas uma canção de alegria. Canto o meu hino de filho contente. Tenho paz de espírito.
Tenho vivido pelas suas sábias lições, bem guardadas no sacrário coração. Trabalho e honestidade - você me ensinou - basta isso pra vencer na vida. Uma parelha certa como martelo e prego, como arroz e feijão.

Ainda menino, banhei corpo e alma nas águas do rio que corria perto da nossa casa. Não era um Ipiranga de margens plácidas, não tinha "brados retumbantes". Era um riozinho alegre correndo entre as pedras polidas, inquieto e teimoso.
Ali você me ensinou a purificar o espírito de todos os pecados do Grande Mundo. Ali embalei a alma ao canto da cigarra enquanto escutava o que você me ensinava. Lembra-se? Eu carregava água da cacimba enquanto você cuidava dos canteiros.

No fim do dia, com sua voz serena, você me chamava para rezar. Ainda me lembro bem: dedos nas contas do terço, coração a caminho do céu, você me dizia que bastava pedir a Deus uma única coisa - paz de espírito. Você acreditava que este pedido cobria tudo, bastava pedir isso, e as estrelas piscariam lá do céu quando a prece chegar ao seu destino.

Nosso dia inteiro era feito de trabalho com um merecido repouso ao meio dia. Éramos todos formigas diligentes e independentes carregando nossas folhas. Você me dizia que quando a cruz é muito pesada, Deus manda mais força.
Você não era beata fanática. Você só sabia ser mãe, do seu jeito, sem arrodeios. "Peça tudo a Nossa Senhora, Ela arranja tudo. Deus vive muito ocupado." Procurando estes fiapos dos meus óntens na lotada memória,lembro-me bem da beleza que engrinaldava o seu doce rosto da mãe, rosto marcado pelo trabalho, dois lindos olhos brilhando de felicidade.
Bondade brotava do seu rosto, como a água pura da cacimba dos canteiros. Diga, meu filho: "Ó minha Senhora, ó minha Mãe, dai-me paz de espírito."
Mamãe, estou vendo as estrelas piscando lá no céu. 

Energização
Vem espírito do bem, me envolve, Lança teus raios de bondade Em minha direção, Cubra-me com tua proteção. Reabastece minhas energias, Fazendo-me compreensão, Elevando sempre meu coração ao ápice da bondade, que eu sempre saiba perdoar, esquecendo mágoas, lavando a alma, sendo somente o amor que se dá.

Vem espírito superior, carrega-me em teus braços, dai-me a força que preciso, para continuar o que aqui vim fazer, e nunca me esquecer dos teus ensinamentos, perdida no mar da minha infantilidade como humana, aprendiz de um tempo.

Oh... espírito benfazejo, sopra em minha direção, que minha criança interior, nunca se acovarde, nem adormeça em meu coração, pois dela preciso para espalhar a alegria, O otimismo de uma encarnação.

Apaga de minha mente as decepções de coisas que não conhecia, o mal que não sabia que tão forte existia, o ódio , A vingança, pois sempre sentia o amor, não acreditando no êxito da ruindade, pois todos ao serem filhos de um Deus levam o amor no coração, e não deveriam se perder na escuridão que eu possa direcionar teu amor
para esses corações em forma de elos Preciosos que me são dados por ti.

Vem espírito da brandura, Me circula,me faz cura, Lava meu interior, E que nele nasça a flor da tua humildade, para que eu possa espalhar a suavidade, o conforto de uma palavra amiga, a honestidade de um existir, até quando eu deva partir, para me embaralhar de volta nos teus cabelos, sendo uma partícula de tua elevação.
Que se faça a cura, energizando meu ser.

Perdi o temor
Perdi o temor à chuva e assim ganhei o frescor da água.
Perdi o temor ao vento e assim ganhei o seu cantar nos fios.
Perdi o temor ao silêncio e assim ganhei momentos de paz.

Perdi o temor ao julgamento dos outros e assim ganhei caminhos mais
abertos de liberdade. Perdi o temor de investir tempo "em coisas sem importância" e assim ganhei entardeceres, estrelas, pedaços de luar, águas rebrilhando ao sol, retalhos de canções...

Perdi o temor de dar-me integralmente, temendo sofrimentos e cicatrizes e assim ganhei a bendita multiplicação do meu tempo.

Perdi o temor de expor-me e assim ganhei mais confiança no que sou e no que podem ser as pessoas. Perdi o apego às coisas materiais e assim ganhei a alegria da simplicidade.

Perdi o temor à competição e assim ganhei o sabor das vitórias e os ensinamentos das derrotas. Perdi o temor de desbravar caminhos desconhecidos e assim ganhei novas visões, horizontes, novos amigos.

Perdi o temor de dizer minhas verdades frontalmente e assim ganhei aqueles que a mim eram sinceros e leais. Perdi o medo do dia de amanhã e assim ganhei o hoje!

Perdi o temor mórbido do "por que não fiz"? E assim ganhei o mais pensar para melhor fazer.

Perdi a segurança estúpida das minhas "verdades únicas" e assim aprendi a ouvir os outros.

Liberei a força dos meus braços para os abraços fraternos e plenos de carinho e assim senti multiplicado o imenso e doce poder do amor.

Perdi o temor da morte e assim... Ganhei a VIDA!

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