segunda-feira, 27 de junho de 2011

ESTUDO SOBRE DEPRESSÃO GANHA PROJEÇÃO NA MÍDIA INTERNACIONAL


O estudo realizado pelo Serviço de Orientação Psicológica ao Aluno (SEPA) e pelo Grupo de Atenção Integral ao Acadêmico (GAIA) - os dois da FMABC - teve participação de 481 estudantes de Medicina e indicou que 38% têm sintomas de depressão. Segundo o trabalho, o alto número de sintomas nessa população é freqüente, especialmente durante o segundo ano e no período de internato (5º e 6º anos). A avaliação foi feita por meio de questionários específicos divididos em três áreas de sintomas: afetiva, cognitiva e somática. "Usamos as áreas para melhor descrever as características dos sintomas da depressão. Esse é o primeiro estudo evolutivo que analisa a repercussão do problema sob esse aspecto durante a educação e o treinamento médico", explica o professor de Psiquiatria da FMABC e coordenador do SEPA-GAIA, Dr. Sérgio Baldassin.

A área afetiva é representada pelos sintomas de tristeza, insatisfação, episódios de choro, irritabilidade e dificuldades na relação com a sociedade. Já a área cognitiva se manifesta por pessimismo, senso de culpa, autopunição, falta de amor próprio, intenção de suicídio, indecisão e insatisfação com a própria imagem. Por fim, a área somática é identificada por queixas de solidão, insônia, fadiga, perda de peso e perda de interesse sexual. "Existe forte prevalência de sintomas de depressão entre estudantes de Medicina, particularmente nas mulheres, e principalmente envolvendo fatores somáticos e afetivos. Entre os alunos da pesquisa, 38% tiveram ao menos 10 dos 63 sintomas de depressão possíveis", acrescenta o professor.

No geral, a razão identificada para a maioria dos casos de depressão foi o fator afetivo, cujo período de maior incidência é o internato. O fator cognitivo também é importante nessa época do curso, ocasionado provavelmente pelos sentimentos de medo e insegurança relacionados às novidades e características do ambiente hospitalar. "Freqüentemente os estudantes do internato sentem que não sabem o suficiente e que não estão preparados para cuidar adequadamente de outras pessoas", acrescenta Dr. Sérgio Baldassin, que conclui: "A maior freqüência de sintomas depressivos entre alunos de Medicina, principalmente na fase do internato, está associado à própria piora da saúde física dos estudantes, pois nesse período frequentemente se alimentam mal, praticam menos atividades físicas, têm menos tempo para descansar, namorar e dormir. Especialmente nessa fase, professores e educadores precisam manter atenção redobrada sobre os vários aspectos envolvidos e buscar mais informações a respeito das condições que envolvem seus alunos, da mesma forma como fazem no dia-a-dia, na avaliação de pacientes em diferentes condições e com diferentes respostas".

O Serviço de Orientação Psicológica ao Aluno foi criado em 1998 pelo professor Titular de Psiquiatria e Psicologia Médica da FMABC, Dr. Arthur Guerra de Andrade. Já o Grupo de Atenção Integral ao Acadêmico (GAIA) é mais recente, fundado em 2008 por meio de trabalho conjunto da Diretoria e Vice-Diretoria da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC. Juntos os grupos de trabalho já realizaram mais de 4 mil atendimentos.

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