sábado, 11 de junho de 2011

As Três Orações

...Repetirei para vocês, a nosso modo, antiga lenda que corre mundo nos
contos populares de numerosos paises...
Em grandes bosques da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a
Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes. A primeira explicou
que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra; após
ouvi-la a segunda declarou que desejava ser utilizada na construção do
carro que transportasse os tesouros desse rei poderoso, e a terceira,
por último, disse então que almejava transformar-se numa torre, nos
domínios desse potentado, para indicar o caminho do céu.
Depois das preces formuladas, um mensageiro angélico desceu a mata
e avisou que o Todo-Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes
atenderia as petições. Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o
horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas
circunvizinhas, foram reduzidas a troncos, despidos por mãos cruéis.
Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços
decepados, elas confiaram nas promessas do supremo senhor e se
deixaram conduzir com paciência e humildade. Qual não lhes foi, porém,
a aflitiva surpresa!... Depois de muitas viagens, a primeira caiu sobre
o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou convertê-la
num grande cocho destinado à alimentação de carneiros; A segunda foi
adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda; e a
terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa
cela de malfeitores.
As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de
acreditar na mensagem do eterno e obedeceram sem queixas as ordens
inesperadas que as leis da vida lhes impunham... No bosque, contudo,
as outras plantas tinham perdido a fé no valor da oração, quando,
transcorridos muitos anos, vieram a saber que as três árvores haviam
obtido as concessões gloriosas solicitadas... A primeira, forrada de pano
singelo recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço
ao dirigente mais alto do mundo; a segunda, trabalhando com pescadores,
na forma de uma barca valente e pobre, fora o veículo de que Jesus se
utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos seus mais belos
ensinamentos; e a terceira, convertida apressadamente numa cruz em
Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali, ereta e
valorosa, guardara-lhe o coração torturado, mas repleto de amor no
extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do Reino Celestial...

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