sábado, 4 de junho de 2011

A Alegria de Francisco de Assis

Um dia, o beato Francisco chamou Frei Leão e disse:
- Frei Leão, escreve.
E este respondeu:
- Estou pronto.
- Em que consiste a verdadeira alegria.
Vem um mensageiro e diz que todos os mestres de Paris entraram
na Ordem: escreve, não é a verdadeira alegria. E depois que todos
os prelados além dos Alpes, os arcebispos e bispos e, depois, o rei
da França, o rei da Inglaterra fizeram o mesmo; escreve que nisto
não está a verdadeira alegria. E depois que os meus frades foram
para o meio dos infiéis e os converteram a todos à fé e, depois, que
tenho tanta graça de Deus, que curo os enfermos e faço muitos
milagres; digo-te que em todas estas coisas não está a verdadeira
alegria.
- Mas qual é a verdadeira alegria? Retorno de Perugia, a alatas horas
da noite, chego aqui e é tempo de inverno com lama e tão frio que das
gotas de água se formam pedaços de gelo na extremidade do hábito que
batem, sempre, nas pernas e sai sangue de tais feridas. E, totalmente na
lama, no frio, no gelo, chego à porta a que bato por longo tempo. Vem
um frade e pergunta:
- Quem é?
Eu respondo:
- Frei Francisco.
E ele diz:
- Vai embora, não é hora oportuna para viajar, não entrarás.
E a mim, que de novo insisto, responde:
- Vai embora, és um homem simples e ignorante, não venhas mais
até nós: nós somos tantos e tais que não precisamos de ti.
E eu, de novo, bato à porta e digo:
- Por amor de Deus, acolhe-me nesta noite.
E ele me responde:
- Não o farei, vai ao hospício dos crucíferos e pede lá. E, então,
Francisco cocluiu:
- Digo-te que, se em tudo isto eu tiver paciência e não ficar
inquieto, nisso está a verdadeira alegria e verdadeira virtude e
salvação da alma.

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