quinta-feira, 7 de julho de 2011

Chip recupera perda de memória



Pesquisadores das Universidades de Wake Forest e da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, desenvolveram um chip que, implantado no cérebro, recuperou em ratos a função de memória e fortaleceu a capacidade de recordar informações novas. Se o experimento funcionar em humanos, o dispositivo poderá ajudar a reparar os déficits cognitivos causados por derrame e outras doenças, como mal de Alzheimer.
Embora ainda exista um longo caminho antes de o dispositivo ser testado em humanos, o implante demonstra pela primeira vez que uma função cognitiva pode ser melhorada com um chip que imita os padrões de ativação dos neurônios.
Segundo os cientistas envolvidos nos testes com o implante, em cérebros com pelo menos um mínimo de atividade neural, o chip pode ajudar na recuperação da memória, enquanto em cérebros saudáveis, ele poderá até melhorá-la.
- É tecnicamente muito impressionante, dado o nosso nível atual de tecnologia - disse ao "New York Times" Daryl Kipke, professor de bioengenharia da Universidade de Michigan que não participou no experimento. - Estamos apenas arranhando a superfície quando se trata de interagir com o cérebro, mas esta experiência mostra que é possível e o grande potencial nessa área.
Nas experiências os ratos foram treinados para lembrar qual de duas alavancas idênticas deveriam pressionar para receber água. Os animais viam pela primeira vez uma delas e em seguida (depois de serem distraídos) precisavam lembrar qual deveriam pressionar para serem recompensados.
A seguir, os cientistas implantaram eletrodos na proximidade do hipocampo, parte do cérebro responsável pela conversão da memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Estes eletrodos identificaram como o cérebro trabalha com as informações de memória e transmitiram estes dados a um computador. Depois estas informações foram inseridas no chip implantado no cérebro dos ratos.
Para saber se o chip funcionava, os autores forneceram uma droga especial aos roedores que interrompem as comunicações no hipocampo. Com o chip desligado, os animais não se lembravam de nada; com ele ligado, eles lembravam.
- Ligando o botão os ratos se lembravam, desligando eles esqueciam - disse Theodore W. Berger, professor de engenharia e principal autor do estudo, que foi publicado na revista "The Journal of Neural Engineering".
Nos últimos anos, os neurocientistas têm desenvolvido implantes que permitem que pessoas paralisadas possam mover próteses ou um cursor de computador, usando seus pensamentos para ativar as máquinas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário