Um carpinteiro e seus auxiliares viajavam pela província de Qi, em busca de material para construções. Viram uma árvore gigantesca; cinco homens de mãos dadas não conseguiam abraçá-la; e seu topo era tão alto que quase tocava as nuvens.
Não vamos perder nosso tempo com esta árvore - disse o mestre carpinteiro. - Para cortá-la, demoraremos muito. Se quisermos fazer um barco, ele afundará - de tão pesado. Se resolvermos usá-la para a estrutura de um teto, as paredes terão que ser exageradamente resistentes.
O grupo seguiu adiante. Um dos aprendizes comentou:
-É uma árvore tão grande e não serve para nada!
-Você está enganado – disse o mestre carpinteiro. Ela apenas seguiu seu destino a sua maneira. Se fosse igual às outras, nós já a teríamos cortado.
Mas porque teve coragem de ser diferente, permanecerá viva e forte por muito tempo.
Dar
Se você quer alguma coisa, dê-a! Não parece um despropósito? É mais fácil conseguir o que se quer abrindo mão de parte do que já se tem. Quando um agricultor quer mais sementes, pegas as que tem e entrega-as à terra. Quando você quer um sorriso, oferece o seu. Quando quer afeto, dá afeto. Quando ajuda as pessoas, elas o ajudam. E quando quer um beijo na boca? Beija a boca de alguém.
E se quiser que as pessoas lhe dêem dinheiro? Dê um pouco do seu. Pense nisso. Se a fixação e o apego excessivo impedem o fluxo de coisas boas para a sua
vida, talvez a atitude oposta seja o desprendimento: o de entregarmos uma coisa que valorizamos muito. O que você dá tende a voltar a suas mãos...
Quantas vezes a gente ouve esse tipo de história... "um velho miserável e pão-duro, que praticamente passava fome, morreu com um milhão de dólares debaixo do colchão?".
Aí vem a pergunta: se é preciso dar para receber, o que aconteceu neste caso?
Aí eu respondo: seu saldo bancário não é a medida de sua abundância. Abundância é aquilo que circula em sua vida. A prosperidade é um fluxo: dar e receber. Se você tem uma fortuna depositada na Suíça e não a usa, esse
dinheiro não o está enriquecendo. Tecnicamente é seu, mas na realidade você não "recebe" nada dele.
Esse dinheiro não o torna abundante e podia muito bem
pertencer a outra pessoa. Portanto, o princípio de dar e receber continua valendo mesmo assim. Em poucas palavras: o macete consiste em dar sem querer nada em troca. Se você espera um retorno, está fixado no resultado - e quando nos fixamos no que quer que seja, pouca coisa acontece.
E não devemos gozar das nossas posses pessoais? Claro que sim! Basta ter certeza de que é você que as possui,
e não são elas que possuem você.
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